Terceira

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Terceira fala de história em Angra do Heroísmo, primeira cidade europeia nascida no Atlântico classificada Património Mundial. O porto onde ancoraram galeões ajoujados com o peso das especiarias do Oriente, do ouro e da prata das Américas. As ruas rectilíneas de uma cidade que nos leva à atmosfera dos séculos XVI e XVII. As igrejas, palácios, museus.

As poderosas muralhas da fortaleza que defendeu a cidade e o porto do ataque dos corsários. O quadriculado de campos verdes planos pontilhados pela silhueta branca das vacas leiteiras. Por ente o casario branco, as pinceladas de colorido vivo gritante dos “impérios”, obras primas de arquitectura popular devotados ao culto do Espírito Santo.

Os risos, as piruetas dos rapazes que mostram as suas habilidades na tourada à corda. As horas tranquilas de uma partida de golfe por entre maciços de criptomérias vindas do Japão. Depois de apreciar o muito que há para ver em Angra do Heroísmo importa conhecer o centro histórico de Praia da Vitória. A igreja gótica de São Sebastião erguida pelos primeiros povoadores.

As casas solarengas, igrejas e capelas de São Carlos, Fontinha, São Brás e Lajes. Terceira não é só história e monumentos. Tem, também, paisagens verdejantes onde apetece passear. Serras que desvendam horizontes de campos floridos, de mar e céu. A curiosa Caldeira de Guilherme Moniz, cratera vulcânica de 15 km de perímetro. As grutas do Algar do Carvão com o espectáculo feérico das estalactites e estalagmites formadas pela lava.

Flores emolduram um campo que desafia a perícia dos golfistas. Duas marinas atraem à ilha a ambiência cosmopolita dos iatistas que atravessam o Atlântico. O mar, rico em peixe, é um paraíso para os pescadores. Mergulho, surfing, windsurfing, vela são desportos praticados na ilha.

E para os que gostam de nadar a Terceira propõe insólitas piscinas formadas pelo encontro da lava com o mar. Uma ilha sempre em festa. Terceira, nos meses de Maio a Outubro, é um permanente festival de cor e tradições seculares.São as Festas do Espírito Santo com a cerimónia, repetida em todas as povoações, da coroação do “imperador” seguidas por bodos onde se come e bebe fartamente.

As Festas Sanjoaninas com o seu interessante cortejo etnográfico. E, sempre, as multidões entusiastas que acompanham as peripécias, tantas vezes humorísticas, da tourada à corda. Festa significa boa comida. Por isso tem fama a cozinha tradicional com o aroma exótico da alcatra, rico em especiarias, a morcela, as receitas de polvo. Os doces são muitos e bons. E a refeição não fica completa sem o vinho de Biscoitos, de que um pitoresco museu recorda a longa crónica de agrado ao paladar.